Na função de diretor de futebol do Atlético-MG desde o dia 12 de março, Alexandre Mattos voltou a falar sobre o Palmeiras nesta quarta-feira ao relembrar negociações polêmicas quando comandou o departamento de futebol alviverde.

No ano passado, o Verdão pagou cerca de R$ 25 milhões para contratar o atacante Carlos Eduardo, hoje está no Athletico-PR. De acordo com o dirigente, o nome de Bruno Henrique, do Flamengo, foi avaliado mesmo sem ter sido pedido pela comissão técnica de Felipão, mas depois foi descartado.

– Teve uma reunião de presidentes, e o Maurício me ligou falando que o presidente do Santos estava chateado com o Flamengo, perguntou se eu queria o Bruno Henrique. Eu falei “claro que queremos, quanto ele quer? Dez milhões de euros mais o Raphael Veiga”. Falei que não era certo, o Maurício concordou, e o Bruno Henrique foi para o Flamengo por 5 milhões de euros. Ninguém quer vender para rival. O Fluminense, quando o Flamengo foi no Pedro, o vice-presidente me ligou e falou que não queria vender para o Brasil, mas se não fosse para se queria comprar. Eu falei que comprava, mas que não tinha dinheiro. Era 12 milhões de euros. Ele falou “paga como quiser,” mas para o Flamengo não vai – revelou Mattos, em entrevista para Fox Sports.

– (O Bruno Henrique) Virou o que virou agora, por mérito dele, mas não fez parte dos pedidos da comissão técnica, que colocou duas ou três situações, sendo uma delas o Carlos Eduardo. É muita sacanagem falar que se pagou a mesma coisa. O São Paulo comprou o Pablo por mais do que o Flamengo pagou para o Bruno Henrique, o Corinthians paga mais nos salários de Boselli e Vagner Love – completou.

Alexandre Mattos ao lado do presidente Mauricio Galiotte, na Academia — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Alexandre Mattos ao lado do presidente Mauricio Galiotte, na Academia — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Alexandre Mattos afirmou ter ficado chateado com Fernando Prass, hoje goleiro do Ceará. O atleta não teve o contrato renovado no fim do ano passado e afirmou que só foi informado da decisão do clube nas últimas rodadas do Brasileirão, muito depois de o diretor decidir pela permanência de Jailson.

– Essa (história) me chateou… Antes do jogo contra o Grêmio, eu, o presidente (Maurício Galiotte), o Mano, o Cícero (gerente de futebol), o Paulo Buosi e o Alexandre Zanotta (vice-presidentes) decidimos que ficaria o Jailson e liberaríamos o Prass. Lembro que falei que ia avisá-lo, mas pediram para avisar só faltando um jogo. Porque tem toda comoção da torcida. Fui demitido uma semana depois, e mantiveram o planejamento. Por que fiquei responsável planejamento se fui demitido? – afirmou o dirigente, que explicou o motivo de vetar algumas entrevistas de Prass no clube.

– Se eu estivesse lá, o Prass ia sair. Tem 41 anos, há dois anos e meio não era titular, vinha sendo o terceiro goleiro e era um dos maiores salários do Palmeiras. Estava incompatível isso. Ele tem uma relevância, o considero para caramba. Um dia vou conversar com ele, tirar essa mágoa do coração dele. Renovei três vezes com ele, insisto. Uma dúvida que ele tem e esclareço publicamente agora: pedia para não dar entrevista porque o Oscar Rodriguez, preparador de goleiros, me pedia. Porque, quando ele dava entrevista pedindo para jogar e renovar, o Jailson e o Weverton ficavam chateados. Era para manter um bom ambiente – completou.

Outro atleta tido como ídolo pelos palmeirenses que não teve o contrato renovado por Alexandre Mattos no Verdão foi o chileno Jorge Valdivia. Ainda em 2015, o clube decidiu pela não permanência do meio-campista, que se despediu na metade daquele ano.

Valdivia e Alexandre Mattos no Palmeiras, em 2015 — Foto: Cesar Greco / Ag. PalmeirasValdivia e Alexandre Mattos no Palmeiras, em 2015 — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Valdivia e Alexandre Mattos no Palmeiras, em 2015 — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Em manifestações em redes sociais, Valdivia já fez críticas ao dirigentes e ofensas que foram interpretadas por torcedores como recados para Alexandre Mattos.

– O Valdivia é um tema irrelevante para mim. Jogaram para ele que eu não quis renovar e ele acreditou. O Paulo (Nobre, presidente na época) não queria. Tecnicamente é um dos melhores com quem já trabalhei, mas vida que segue – disse o atleticano.

Em 2018, Rony era o nome que a diretoria do Palmeiras tinha como opção para substituir Keno, negociado com o Pyramids, do Egito. O atleta chegou a acertar com o clube, mas a contratação não foi finalizada por questões jurídicas.

Alexandre Mattos comandou o futebol do Palmeiras de janeiro de 2015 a dezembro de 2019. Ele conquistou pelo Verdão a Copa do Brasil de 2015 e as edições de 2016 e de 2018 do Campeonato Brasileiro.

FONTEGloboesporte
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