O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, anunciou nesta sexta-feira, 24, que deixará o cargo. Ele entregou seu pedido de renúncia ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, informou o Banco do Brasil em um fato relevante divulgado ao acionistas e mercado financeiro. Segundo o banco, a saída de Novaes deve acontecer a partir de agosto “em data a ser definida e oportunamente comunicada ao mercado”. A nota diz ainda que a saída se dá “entendendo que a Companhia precisa de renovação para enfrentar os momentos futuros de muitas inovações no sistema bancário”.

 

Novaes assumiu o cargo no início da gestão Bolsonaro, em janeiro de 2019, como um dos homens fortes de Paulo Guedes. Ele compartilha da mesma visão de economia liberal do ministro, e também tem formação na Universidade de Chicago. Novaes é ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Economista e professor, ao assumir a gestão do banco, Novaes afirmou que não venderia “as joias da coroa” da instituição. Em diversas oportunidades, porém, Novaes defendeu a desestatização do BB, mas nunca conseguiu vencer a resistência de Bolsonaro.

Na polêmica reunião ministerial de 22 de abril, Novaes chegou a afirmar que o banco tinha todas as condições para ser privatizado. “Em relação à privatização, eu acho que fica claro que, com o BNDES cuidando do desenvolvimento e com a Caixa cuidando do fim, da área social, o Banco do Brasil estaria pronto para um programa de privatização, né?” Na mesma reunião, Guedes reiterou a Bolsonaro o seu interesse na privatização. “O senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil, a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então, tem que vender essa p. logo”, disse. Momentos depois, Bolsonaro intervém e afirma que esse assunto só seria debatido em 2023. A desestatização da entidade também encontra resistência no Congresso e entre membros do próprio banco. No início de junho, a Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB) pediu para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) investigasse a oscilação das ações do banco após as repetidas falas de Novaes em privatização.

FONTEJovem Pan
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