BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – O governo da Espanha deve permitir que as pessoas saiam para passear e fazer esportes ao ar livre a partir de 2 de maio, disse neste sábado (25) o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez. “Se o contágio no país continuar caindo”, ressalvou.
Segundo os dados da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica, a taxa de contágio no país no momento é 1: cada pessoa transmite para uma outra, em média. Em março, o número oscilava entre 5 e 8.
Um dos países mais afetados no mundo pela Covid-19 (doença provocada pelo coronavírus), a Espanha registrou a primeira morte em 13 de fevereiro, adotou as primeiras restrições em 10 de março, fechou as escolas no dia 15 e, no dia 16, implantou uma das quarentenas mais duras da Europa, reduzindo a circulação apenas a casos essenciais.
Nesta semana, deu um primeiro passo em direção ao relaxamento, permitindo que crianças de até 14 anos saiam para brincar, por uma hora diária, dentro de um raio de um quilômetro da sua casa, acompanhadas por um adulto.
As novas permissões vão valer apenas para atividades físicas e passeios individuais ou com pessoas que morem na mesma casa. Segundo o premiê, o Ministério da Saúde ainda vai detalhar as regras, como, por exemplo, se idosos também poderão sair de casa.
Na próxima terça (29), o premiê deve apresentar seu plano de saída do confinamento, depois de aprová-lo no Conselho de Ministros. Segundo ele, o cronograma será elaborado “com a máxima prudência” e com base em critérios estabelecidos pela OMS, como a capacidade de testar, rastrear e isolar casos e o fortalecimento do sistema de saúde.
Um dos principais indicadores avaliado será o nível de ocupação das UTIs e a capacidade de atendimento hospitalar, disse ele: “Não podemos permitir que surja um novo surto de Covid-19, colocando nossa saúde em risco”.
O descongelamento da economia será feito por etapas, de acordo com o setor de atuação (lojas, restaurantes, lazer, cultura, esportes, atos religiosos), e “assimétrico” por regiões mais ou menos atingidas pelo contágio.
Para ele, os números mostram que o confinamento deu resultado, mas todas as regiões do país ainda são vulneráveis e é preciso “máxima prudência”: “Territórios que não foram atingidos pela pandemia até agora podem estar ainda menos protegidos se houver uma nova onda”.
“Não vamos todos agir na mesma velocidade, mas de maneira coordenada, como uma equipe. Antes de continuar avançando, consolidaremos as etapas anteriores”, disse o premiê.
Neste sábado, a Espanha registrava 223.759 casos confirmados e 22.902 mortos, o equivalente a 49 por 100 mil habitantes, segunda maior taxa entre os maiores países do mundo. Nas últimas 24 horas, houve 378 mortes, pequeno aumento sobre as 367 do dia anterior. Curaram-se da doença 95.708 pessoas.
Dentre 45 países e territórios europeus, 40 adotaram quarentenas, com escolas, restaurantes, bares, hotéis e comércio fechados e orientações (ou ordens) de que as pessoas ficassem em casa.
Turquia e Macedônia não paralisaram a atividade, mas impuseram toques de recolher e uso obrigatório de máscaras.
Três países não decretaram fechamento total de escolas, restaurantes e lojas: Belarus, Suécia e Finlândia.
Até a noite deste sábado, 19 países já haviam iniciado algum relaxamento de suas medidas contra o coronavírus, e outros 7 já anunciaram um início de descongelamento nas próximas semanas.