O governador da Bahia, Rui Costa, estima que o sistema de saúde estadual pode entrar em colapso entre 20 e 30 de maio, caso a taxa atual de contaminação pelo novo coronavírus não diminua. De acordo com ele, a média de infectados está em 9%, mas precisa ser reduzida para algo entre 5% e 6% para que a Bahia tenha condições de atender pacientes mais graves em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quando a pandemia estiver mais próxima do pico.
“Se nós mantivermos essa taxa entre 9% e 10%, entre 20 e 30 de maio entraremos em colapso na oferta de leitos de UTI. Se eu conseguir montar todas as UTIs que estão programadas, mesmo assim, nós entraremos em colapso, mantidas as atuais taxas. É preciso reduzir isso para 5, 6% para termos condições de dar atendimento médico a quem precisar. Assim, a gente consegue flexibilizar as medidas restritivas”, afirmou o governador, em entrevista via live no programa “A Tarde Conecta”, exibido no Instagram do Grupo A Tarde.
Rui voltou a defender as medidas de isolamento social para todos os grupos e pregou que esta é a principal maneira de evitar uma “tragédia”, como tem acontecido nos Estados Unidos, e em Manaus (AM), no Brasil, onde pessoas têm morrido em casa por falta de atendimento e a prefeitura está abrindo valas comuns para enterrar vítimas do coronavírus, por falta de vagas em cemitérios.
“Não queremos ver as imagens que vemos nos Estados Unidos de caminhões frigoríficos na porta dos hospitais, como se fosse uma linha de produção, de corpos saindo dos hospitais para os caminhões frigoríficos”, declarou o governador, ao defender também que saúde e economia não podem ser enxergadas como coisas antagônicas neste momento. “Não acho que há contradições. Países que enxergaram como contraditório cuidar de vidas e da economia viveram uma tragédia.”