A diminuição do isolamento da população brasileira foi um padrão em todas as capitais, entre a última semana de março e a primeira semana de abril. De acordo com informações do Uol, mesmo em casos com variação pequena, a circulação de pessoas chegou a aumentar.
A variação tem sido analisada por pesquisadores brasileiros, com o objetivo de determinar a relação do movimento nas ruas com o grau de contágio pelo coronavírus. A identificação foi compilada pela empresa In Loco, com base na localização de 60 milhões de telefones celulares no Brasil.
O aumento da reclusão no fim de março evitou infecções e internações, segundo a equipe de cientistas, que reúne representantes do Ministério da Saúde, Universidade de Brasília (UnB), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Oswaldo Cruz.
Segundo o site, resta saber o quanto a queda recente do isolamento social vai influenciar no número de casos confirmados da doença nas próximas semanas.
Manaus foi a capital que representou o maior número de pessoas circulando nas últimas semanas. A capital do Amazonas é uma das mais atingidas do país pela Covid-19. A média nos dias de semana ficou abaixo dos 48% de pessoas que ficaram em isolamento. A Secretaria de Saúde amazonense admitiu que espera um colapso no sistema de saúde para os próximos dias, considerando a intensidade do contágio e o número reduzido de leitos disponíveis.
Entre as maiores capitais do país, Goiânia, Belém, Salvador e Curitiba, o site avalia que o motivo pode estar nas alternativas de renda para a população mais pobre.
“Para conseguir segurar essas pessoas em casa, precisaríamos de acesso à renda. É nisso que demoramos muito (para fazer)”, diz o infectologista Eliseu Waldman, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP. “Ficar dentro de uma casa nessas condições em Manaus, na temperatura e umidade que têm na cidade, é muito difícil.”